Advertising LX

Advertising LX - Tudo o que uma mulher sempre quis.

domingo, setembro 03, 2006

Caixa Futebol Campus

A notícia não é recente, mas dá que pensar. Em meados de Agosto, após a escolha de cinco possíveis nomes, foi encontrado o naming para o novo centro de estágio do Sport Lisboa e Benfica, no Seixal. O nome escolhido foi Caixa Futebol Campus, após um acordo de parecia entre o clube da Luz e a Caixa Geral de Depósitos, numa ligação com a duração de 10 anos. Até aqui, nada de mal (sendo eu doente pelo Sporting), até porque a Academia do Sporting em Alcochete também passou recentemente o seu naming para a marca desportiva alemã Puma, passando a chamar-se Academia Puma Sporting. Mas é algo que, pessoalmente não me deixa sossegado.

No estrangeiro, poucos são os estádios que foram construídos recentemente e que não lhe é atribuído um naming pelos acordos ou ligações que os clubes estabelecem com as mais diversas marcas e instituições. Estádios como os do Arsenal (Emirates Stadium), ou o do Bayern Munique e Munique 1860 (Allianz Arena), ou as constantes aquisições de clubes (maioritariamente ingleses) por parte de multimilionários, que na sua grande maioria nem se sabe como chegaram a esse estatuto, são exemplos disso mesmo. Esta medida começa a ser adoptada cada vez mais frequentemente no estrangeiro e, financeiramente, está mais do que provado que é viável. Mas talvez a questão da identidade de cada clube, a mística de que tanto se fala, não seja salvaguardada.

Tudo bem que a mudança de um simples nome não é nada mais do que isso mesmo, um nome. Mas para muitos, principalmente para os mais fervorosos e fanáticos adeptos, o nome é a transmissão dos valores e da identidade dos clubes para o público. Todos nós sabemos que o amor e a ligação que se tem com um clube é mais forte do que, muitas vezes, pelas próprias pessoas, o que é algo incompreensível. No entanto, a associação dos nomes dos clubes a empresas pode denunciar uma perda dessa mesma identidade. Ou então talvez eu esteja enganado.

Olhando para a ligação entre a CGD e o Benfica, é preocupante. Se eu fosse benfiquista ficava preocupado, pelo simples facto de ser uma ligação tão extensa (10 anos), mas acima de tudo, porque no novo centro de estágio do Seixal, o nome Benfica não consta no nome que foi aprovado por 5 mil sócios. Alguém que se encontre alheio à ligação que está por detrás deste nome, nem sonha que o centro de estágio é do Benfica. Não digo isto porque a Academia do Sporting tem o nome da marca Sporting no novo nome. Digo sim porque estes novos métodos de trabalho e de treino e que estão directamente associados a uma nova postura e maneira de estar dos clubes, deveriam estar agregados directamente ao clube, e por consequência disso mesmo, aos valores, à identidade e mística que lhe são reconhecidas, como é o caso do Benfica. O dinheiro nem sempre é tudo, e talvez até mais vale não ganhar tanto dinheiro e manter o nome da marca.

Mas nem sempre é fácil pensar dessa forma. As necessidades do mercado futebolístico exigem um maior esforço por parte dos clubes e muitas vezes estes têm de abdicar de certas posturas, e as empresas com maior capital do respectivo país têm noção dessa mesma realidade, apostando e investindo em ligações com os clubes, a fim de promover também a sua imagem junto dos adeptos. No caso particular da ligação entre CGD e Benfica, por ser o clube com mais adeptos dentro e fora do país, a CGD aproveita para se aproximar também daqueles que também se encontram no estrangeiro, dando sequência ao novo posicionamento da instituição junto dos portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo. E é perfeitamente natural que as empresas investidoras também tenham os seus interesses e queiram lucrar com estas mesmas ligações. É complicado, diria até impossível, exigir como adepto de futebol que os clubes e as suas gestões, principalmente em Portugal, se tornem auto-suficientes. Mas eu gosto de sonhar.

Não sou nem nunca serei um dirigente desportivo - nem me considero uma pessoa retrógrada ou conservadora -, mas se a gestão de um clube passasse pelas minhas mãos talvez pensasse mais do que uma vez nestas decisões de cedências de namings e afins, e não seria tão obcecado com dinheiro. Mas isso vale o que vale, e por isso é que eu ainda sou estudante.
Departamento de Enchimento de Chouriços,
Jiggy Black

2 Comments:

  • At setembro 03, 2006 1:32 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Ora bem esta situação dos namings vale o q vale. Os clubes têm pouco dinheiro, fazem de tudo para conseguirem algum q lhes permita sobreviver e surgem estas soluções, q me parecem bem imaginadas e lógicas. Para já, penso q em portugal nem nos podemos queixar, as SAD's mantêm os 51% necessários a que seja o clube a mandar em si, pois em inglaterra vários sao os clubes q de identidade só mesmo o nome, comprados por qualquer magnata ou empresa de origem duvidosa. Como benfikista o nome do centro de estágio nao me preocupa, porque é obvio q o benfica nao tinha capital para realizar tal obra e q isso só foi possivel com o acordo realizado com a caixa. E parece-me q mesmo sem o nome do benfica no seu naming praticamente toda a gente saberá q esta ligado ao benfica. Depois de vale e azevedo ter delapidado a formação do clube, este foi um grande passo para o surgimento de novos talentos. O resto virá por acréscimo. abraço

    PS: Pede-se o post ao spot - "O Pior golo da minha vida" lol

    Máximo

     
  • At setembro 14, 2006 7:53 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    bibó o porto

     

Enviar um comentário

<< Home